Quem trabalha com instalações elétricas e nunca disse: Tem que ser menor que 10 ohms que atire a primeira pedra.
No curso de projeto elétrico fotovoltaico para sistema de geração distribuida (ainda não conhece? Clique AQUI), aterramento é um dos assunto que mais aparecem dúvidas.
E no final, precisa de 10 ohms?
Para esclarecer essa questão, republico aqui (com a devida autorização), artigo do Edson Martinho sobre o assunto, para dar uma luz sobre o assunto.
” Em outros artigos, tivemos a oportunidade de entender a diferença entre aterramento separado e exclusivo , também para que serve um aterramento, e até discorrer sobre quando aterrar.
(Nota Ayrão: semana que vem republico esse post)
Neste artigo quero abordar um pouco sobre uma prática que o mercado tem trazido, que é a aceitação de um sistema de aterramento pela medição da resistência ôhmica, ou seja, o famoso “10 Ohms”.
Mas antes de falar disto, vamos lembrar que um sistema de aterramento tem como componentes:
- eletrodo,
- BEP
- terminal de aterramento (que pode ser o BEP)
- ponto de conexão com o equipamento
- os condutores (veja na imagem abaixo).
Ok, e cadê os 10 ohms?
Pois bem, então retomemos o assunto do título, os 10 Ohms.
As normas técnicas vêm ao longo da história dando menos importância a este valor do que para outros requisitos que devem ser avaliados em relação ao aterramento.
Duvida?
A ABNT NBR 5410/2004*, versão em vigor atualmente, não traz um valor como referência, mas sim a frase “A menor possível”.
E tem mais…
Outra norma que citava o valor de 10 Ohms como uma recomendação e não como necessidade, era a ABNT NBR 5419**.
Ainda tem?
Tem mais não.
Sua versão 2015 removeu este número do texto e somente faz referência à redução da resistência e não a um valor.
Mas a pergunta que você deve estar fazendo é: E agora, como eu sei que um aterramento está bom?
Respondo inicialmente com uma pergunta:
Como você garantia que o aterramento antes era bom?
O fato de você efetuar uma medida e encontrar 10 Ohms garantia que o sistema de aterramento estava bom?
A resposta é:
Não necessariamente.
O que se mede é uma conexão do eletrodo com a terra e muitas vezes de forma errada.
Além disso, se você encontrar um valor baixo de resistência ôhmica, mas:
- esquecer de ligar o condutor de proteção (fio terra) ao equipamento ou,
- deixar que problemas de conexão como mau contato estejam presentes nos condutores
De que valerá ter um sistema com menos de 10 Ohms?
Outro comentário é:
Se o sistema tem menos de 10 Ohms, mas a edificação não está equipotencializada, de nada valerá o processo de aterramento.
Resumindo…
Em resumo, o processo de avaliação do aterramento requer uma avaliação de todo o sistema e não somente a verificação da resistência ôhmica do eletrodo com o solo.
O objetivo deste artigo foi fazer você pensar sobre o tema. Em outras oportunidades voltaremos a falar deste tema.”
Quer saber mais?
Não deixe de acompanhar as próximas republicações do Édson Martinho sobre o assunto.
Ah, e novidades, o Edson Martinho está com um Workshop sobre Aterramento Predial.
O próximo será em Aracaju/SE, dia 15/05.
Inscrições em: https://viniciusayrao.com.br/workshop-aterramento-predial/
P.S. Fiz algumas mudanças no texto, por causa do algoritmo do Google. 🙂