XVI ENIE -Impacto no Brasil da norma IEC 62793 – Paulo Fernandes Costa

A palestra analisada foi Proteção de pessoas contra descargas atmosféricas em ambientes abertos: impacto no Brasil da norma IEC 62793 – Paulo Fernandes Costa, da Senior Equipamentos.

O Paulo é louco, minha conclusão. A gente não faz nem SPDA interno direito, ainda mais uma norma internacional.

Brincadeiras a parte, a palestra foi muito boa.

Primeiro ele mostra que caem muitos raios no Brasil. Depois, afiram que 85% das mortes e ferimentos por queda de raios ocorrem em áreas abertas, o que justifica e muito a preocupação dele.

Ele mostra alguns exemplos de locais abertos de alto risco, mostra as situações de risco, e calcula o risco em um ambiente no Brasil, utilizando a densidade média brasileira, e novamente chega a conclusão que o risco médio brasileiro é 280x maior que o tolerável, sendo necessário a proteção de pessoas.

E, como proteger pessoas em ambientes abertos? O que diz a IEC 62793?

Não é viável a construção de SPDA e se utiliza então sistemas de proteção preventivos, chamados de TWS (Thunderstorm Warning Systems).

Ele explica a diferença entre os dois tipos básicos e suas características, e qual norma que devem atender.

Depois ele dá uma nivelada no conhecimento de formação de descargas atmosférica e passa uma tabela de classificação dos detectores locais de descargas atmosféricas, dizendo seu range de atuação, a tecnologia medição e a aplicação.

Ele faz uma série de considerações sobre o funcionamento, fala dos equipamentos eletromecânicos e dos eletrônicos e depois o funcionamento requerido.

O sistema, em linhas gerais (ou o que eu entendi) e ele verifica quando a probabilidade de incidência de raios está muito alta e em função disso se defini uma zona de risco e se for o caso (livre, alerta, moderada e intensa) e com base nisso, se toma as medidas preventivas.

Ele faz uma comparação entre os sistemas locais e global, mostrando que o níveis variam entre um e outro.

Por último, a cereja do bolo. Ele responde a pergunta: Preciso aplicar essa norma?

Resposta: NR-10

“observando-se as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e, na ausência ou omissão destas, as normas internacionais cabíveis”.

Depois mostrou algumas questões jurídicas onde a empresa perdeu. Um dos cases se referia a morte do trabalhador por descarga atmosférica enquanto cortava cana, em dia chuvoso, e o outro de um trabalhador que ai tentar se abrigar de forte chuva o raio atingiu a foice que carregava no ombro.

Depois mostrou fotos de acidentes e o que me chamou atenção foi do funcionário atingido na garagem da empresa de ônibus onde trabalhava.

Em resumo, a palestra serviu para me fazer pensar 10x quando no projeto tiver uma área grande aberta.

Foi importante?  Valeu o tempo?

Com certeza. Nunca ia passar pela minha cabeça procurar uma norma internacional para isso. O ruim é que a 5419 já está enorme, agora tem mais uma para aprender.

E agora?

Deixar anotado que essa norma existe e qualquer projeto que tenha área grande, pensar antes e estudar ou subempreitar. Ficar de olho na ABNT e ver se eles vão fazer uma norma dessa também.

Vinicius Ayrão

Vinicius Ayrão, carioca, apaixonado por energia elétrica, seus conceitos e práticas. Graduado em engenharia eletrotécnica, com pós em gestão de projetos e trajetória empreendedora.

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“Se eu vi mais longe, foi por estar sobre ombros de gigantes.” Isaac Newton.

O nosso principal objetivo no blog é dividir e disseminar conhecimentos em instalações elétricas, solar FV, segurança em eletricidade e gerenciamento de projetos. É minha contribuição em reconhecimento a todos aqueles cujos exemplos e conhecimentos me fizeram caminhar na profissão, principalmente a meu pai, o engenheiro Luiz Venancio.